Hostname: page-component-848d4c4894-nr4z6 Total loading time: 0 Render date: 2024-05-01T05:22:53.925Z Has data issue: false hasContentIssue false

Jackson de Figueiredo, Catholic Thinker: A Psychobiographical Study*

Published online by Cambridge University Press:  11 December 2015

Margaret Todaro Williams*
Affiliation:
University of Southern California, Los Angeles, California

Extract

A History of Catholicism in Brazil could well be divided into the pre- and post-Jacksonian eras. Jackson de Figueiredo, fiery Catholic journalist of the 1920's who serves as the point of reference, performed the feat of almost single-handedly wrenching the Brazilian Church from the position of static equilibrium in which it long lay suspended. This statis had its roots in the restrictive regalism of the Portuguese and Brazilian Empires and in the Republican disestablishment which followed in 1890.

Caught up since 1890 with organizational and financial problems of survival, the Brazilian Church had drawn ever closer to Rome. Under the auspices of the papacy, the hierarchy recruited foreign clergy to staff its underorganized church and encouraged new orders to set up branches in Brazil. In 1905 Pope Leo XIII appointed Archbishop Joaquim Arcoverde of Rio the first Cardinal of Brazil and of Latin America. He created new dioceses in Brazil and appointed Rome-trained bishops to fill them. The utilization of Rome's financial and personnel resources in the postdisestablishment period considerably shored up the Church qua organization in Brazil.

Type
Research Article
Copyright
Copyright © Academy of American Franciscan History 1974

Access options

Get access to the full version of this content by using one of the access options below. (Log in options will check for institutional or personal access. Content may require purchase if you do not have access.)

Footnotes

*

The author would like to acknowledge the support of the Fulbright-Hays Fellowship Program while conducting research for this essay in Brazil.

References

1 Mecham, J. Lloyd, Church and State in Latin America (Chapel Hill: 1934), p. 278.Google Scholar

2 I would like to thank Sister Margaret Thornton of Mundelein College for allowing me to read her unpublished manuscript on the Church in the Old Republic. The information contained in this paragraph is from chapters I and II of her manuscript.

3 Américo Jacobina Lacombe, “Brasil”, in Pattee, Richard, ed., El Catolicismo en Hispanoamerica (Buenos Aires: 1951), p. 111.Google Scholar A prime example of this sentiment is Archbishop Sebastião Leme’s A Carta pastoral de S. Em. Sr. Cardeal Dom Leme, quando arcebispo de Olinda saudando os seus dio cesanos (Petrópolis: 1938).

4 For a synthesis of earlier Catholic activities in the Old Republic, see Deschand’s, Padre D. A situação atual da religião no Brasil (Rio: 1910).Google Scholar

5 Schmidl, Fritz, “Psychoanalysis and History”, Psychoanalytic Quarterly, 31 (October, 1962), pp. 539543.Google ScholarPubMed

6 See chapter 7, The Eight Ages of Man” in Erikson’s, Erik Childhood and Society (New York: 1963)Google Scholar and his Identity and the Life Cycle (New York: 1959) for a fuller understanding of psychoanalytic ego psychology.

7 For example, two months after his death an editor of A Ordem wrote: “He was so great, such an incomparable soldier of Christ… that I don’t know if it is for him or to him that we should pray (January, 1929), p. 97. In Memoriam (Rio: 1929), a volume published by the Centro Dom Vital, contains a wealth of articles on various aspects of Jackson’s life by friends, historians, and celebrities, including ex-President Epitácio Pessoa.

8 Interviews, Dr. Alexandre Correia (São Paulo), Dr. José Artur Rios, Dr. Hamilton Nogueira, Dr. Alceu Amoroso Lima (Rio).

9 de Figueiredo, Jackson, Affirmações (Rio: 1921), p. 17.Google Scholar

10 Silva, Olegário, in In Memoriam, p. 66.Google Scholar The Dicionário Universal de Literatura (Porto: 1940), edited by Perdigão, Henrique, and Trechos escolhidos (Rio: 1958), edited by José Rafael de Meneses, both contain biographical sketches of Jackson.Google Scholar

11 Brito, Farias, Finalidade do Mundo—1 (Rio: 1895), p. 35.Google Scholar Raimundo de Farias Brito (1862-1917) wrote five other volumes of philosophy. An interesting secondary source on his work is Jonathas Serrano’s Farias Brito: o homem e a obra (São Paulo: 1939).

12 Leme, op. cit.

13 Franca, Padre Leonel, in In Memoriam, p. 306.Google Scholar

14 Sachse, Otto, “Catholicisme e fascismo”, A Ordem (April-June, 1923), p. 189.Google Scholar

15 A Ordem (November, 1931) published the first two chapters of Aevum and a series of letters to Jackson about Aevum from the literary critic Alceu Amoroso Lima (pseudonym, Tristão de Ataíde).

16 de Figueiredo, Jackson, A Reação do bom senso (Rio: 1922), p. 111.Google Scholar Francisco Iglésias has written an excellent political analysis of Jackson's thought entitled “Estudo sobre o pensamento reacionário: de Figueiredo”, Jackson, Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2, (July, 1962), pp. 352.Google Scholar

17 de Figueiredo, Jackson, in A Ordem (January-March, 1923), p. 128.Google Scholar

18 de Figueiredo, Jackson, A Coluna de fogo (Rio: 1925), pp. 45.Google Scholar

19 de Figueiredo, Jackson, A Reação do bom senso, p. 22.Google Scholar

20 de Figueiredo, Jackson, in A Ordem (January-March, 1923), pp. 145146.Google Scholar

21 de Figueiredo, Jackson, “A Revolução”, A Ordem (July, 1924), p. 193.Google Scholar

22 de Figueiredo, Jackson, quoted in Alceu Amoroso Lima, “Notas para a história do Centro Dom Vital—III”, A Ordem (December, 1957), p. 455.Google Scholar

23 Iglésias, p. 41.

24 de Figueiredo, Jackson, “Antonio Sardinha”, A Ordem (February, 1925), p. 33.Google Scholar

25 “A Miopía da Raça Latina”, A Ordem (July, 1926), p. 207. This article is a reprint of a speech by Charles Maurras.

26 de Figueiredo, Jackson, A Reação do bom senso, p. 111.Google Scholar Underlines are his.

27 Jackson to Farias Brito, published in O Paiz (November 12,1915).

28 Jackson to Lima, Alceu Amoroso, Correspondência, 3rd ed., (Rio: 1937), p. 102.Google Scholar Jackson and Alceu kept up a heavy correspondence for years, despite the fact they both lived in Rio. Alceu published Jackson’s letters in this Correspondência volume. However, he cut parts of letters and omitted entirely several others from the volume. Dr. Alceu generously allowed me to read the entire bulk of Jackson’s original letters, including his unpublished correspondence. Citations below of these unpublished materials will include the original Portuguese and will bear the date of the letter.

29 de Figueiredo, Jackson , Pascal e a mquietação moderna (Rio: 1922), p. 9.Google Scholar

30 Jackson to Alceu, Correspondência, January 18–19, 1928.

31 Jackson to Alceu, February 28–29, 1928, p. 2. “O que é necessario, continúo a crêr, é crear no Rio, o ‘Monitor Nortista’. Como salvar, porém, a pureza da minha fé na unidade do Brasil, fazendo urna campanha separatista? Você não avalia como me atormenta este problema.” Alceu Amoroso Lima elaborates on Jackson’s separatist ideas in “Foi há 25 anos”, A Ordem (November, 1953), pp. 370ff.

32 “O caso dos negros americanos”, A Ordem (August, 1921), p. 4.

33 Jackson to Alceu, October 19–20, 1927. “Mas, seu Alceu, sou positivamente um doente. Não gosto de judeu. Não gosto nem mesmo de lhe fazer justiça, não gosto do que gosto se é nelle que o descubra”.

34 Jackson to Alceu, May 11–12, 1928, p. 2. “E o que é preciso é romper absolutamente com a concepção materialista. No fundo, o que ainda o atormenta é a indefinida ideia de que o importante é realisar a justiça na terra. Mas não é. O importante é elevarse a ordem da caridade tal como a Igreja a comprehende … E mais importante ainda é saber que a verdadeira justiça tem que ser transportada para além da vida. E lá estará”.

35 Quoted by Carneiro, J. Fernando, “Jackson de Figueiredo”, in Catolicismo, revolução, reação (Rio: 1947),p. 173.Google Scholar

36 ibid.

37 Jackson to Alceu, October 20–21, 1927, p. 1. “Urn homem tem obrigação de vencer a si mesmo pelo caracter e ao mundo pela intelligência”.

38 de Figueiredo, Jackson, A Coluna de fogo, p. 3.Google Scholar

39 Jackson to Afranio Peixoto, August 11-12, 1928. “A tudo levo a sombra da terrivel angústia, que poucos tem penetrada da minha vida intérior: esta lueta, que não cessa, entre um homem que desejaría viver como o vento ou mesmo como a folha já solta do árvore … e outro, que é tudo partidarismo e systema, e tudo paixão de verdade …” Note the words “which few have penetrated”, one of many oblique references to an inner life imperceptible from the outside.

40 Jackson to Alceu, December 11–12, 1927, p. 1. “Ora, eu lhe confesso, sem receio de mostrar disminuida, a minha fé, a minha philosophia rigorosa e absolutamente catholica; eu lhe confesso: os meus soffrimemos da ordem intellectual São grandes, São eructantes, ás vezes, máxime porque a minha sensibilidade tudo complica. Mas o que lhe tenho respetivo é que muito, muito mas torturante é essa mesma constante invasão da sensibilidade na ordem moral, dando um resultado a consciência do peccado, mas tornando por isto mesmo mais excitante de todas as audácias ou forças quase irreprimiveis de um instintivo tão amante da liberdade, quanto, o homem religioso, que vela por tudo, ama, adora, por assim dizer, o dever, a ordem, a hierarchia de todos os actos, de todos os sentimentos, o sello da maturidade impôsto a tudo. Pode haver maior complicação, mais horrivel constância de pânico numa alma?”

41 Quoted in Brion, Marcel, “O Pensamento e a obra de Jackson de Figueiredo”, A Ordem (January, 1931), p. 113.Google Scholar

42 Jackson to Alceu, August 17–18, 1928, p. 1. “O sentimento christão da vida, isto é, o sentimento do que o natural do nosso estado é a lucta e o soffrimento (como meios para alcançar um estado superior) …”

43 Jackson to Alceu, June 19–20, 1928. ”… o que penso é que homem como eu e como Você não podem viver senão com urna razao de viver. Se nao a tivesse, juro-lhe que—eu que sei viver, eu que vivo a belleza, que amo o praser, e as vezes de um modo tão naturai que quase parece ter nascido para elle—pois, lhe juro, se eu não estivesse convencido, não sentisse que há, obscura, mas imperiosa, urna razão de viver, me mataría.”

44 Erikson, Erik H., “Wholeness and Totality—A Psychiatric Contribution”, in Friedrich, Carl, ed., Totalitarianism (Cambridge: 1954), p. 168.Google Scholar

45 Adorno, T.W., Frenkel-Brunswik, Else, Levinson, Daniel J., and Sanford, R. Nevitt, The Authoritarian Personality (New York: 1950), p. 675.Google Scholar

46 Jackson to Alceu, June 19–20, 1928, p. 2. “Numa sociedade corno a nossa, nascí cabo ou furriel, quando muito sargento, mas corn a consciência de general, e não pude nunca ser outra cousa que um combatente.” Jackson also was fond of calling himself “a simple soldier of the Catholic Church” (e.g. “Página séria”, O Jornal, June 17, 1920, p. 1) and began all his letters to Cardinal Leme by asking for a blessing for “the soldiers of the Centro”.

47 Jackson to Alceu, January 30–31, 1928, p. 1. “Não comprehendo que Você me comprehendendo tanto, conhecendo-me tanto, e sabendo que é a doutrina catholica … não sinta, não veja que não há um outro caminho para urna alma corno a minha que não o da política, principalmente o da derrota política. Porque nisto está o segredo do meu catholicismo político: ele sabe de antemão que será derrotado e lhe basta o exemplo da sua derrota.”

48 Frenkel-Brunswik, Else, “Environmental Controls and the Impoverishment of Thought”, in Friedrich, , ed., Totalitarianism, p. 196.Google Scholar

49 Jackson to Alceu, July 24–25, 1928, p. 3. “Eu quero fazer tudo para não ceder ao sentimento”.

50 Quoted by de Mello Franca, Virgilio, in In Memoriam, p. 248.Google Scholar

51 de Figueiredo, Jackson, Literatura reaccionária (Rio: 1924), p. 40.Google Scholar Underlines are mine.

52 Jackson to Alceu, August 21-22, 1928. “E’ preciso ter um pulso de ferro para sustentarme assim, sobre meus negros buracos de melancolía, ou melhor, sobre essas sinistras correntes de desordem interior, que voce nem queira imaginar para onde me levaríam, se acaso não fosse catholico o ferro deste pulso”.

53 Ibid. “E é isto o que poucos comprenderão, máxime os que me combatérem: que eu não tenho pior inimigo do que eu proprio é que toda lucta externa é para mim urna tangente salvadora”. Underlines in original.

54 Jackson to Alceu, August 12, 1927, p. 4. “… se não fora a fé em Deus, ou o que quer seja de covardia e de baixa conformidade, talvez o suicídio me fosse tambem a única porta aberra.” As late as two months before his death he wrote to Alceu in a similar vein (September 1, 1928): “Alceu: E claro como o sol: se eu não tivesse a fé que tenho em Jesus Christo, e fosse tal qual sou, só tería um caminho para me livrar de mim mesmo”.

55 Jackson to Alceu, January 17–18, 1928, p. 2. “Quem não crê no demônio eu não sei que esperanças ainda pode ter nesta vida”.

56 Jackson to Alceu, October 14–15,1928. “E’ urna verdade, meu querido Alceu: atravesso urna terrivel crise espiritual. Tenho rido nos lábios o sabor da morte”.

57 Ibid. “De urna conversa que rive com o Franca ha poucos dias sahí convencido que ainda não serâ desta vez a minha derrota. Mas nem por isto, digolhe, tenho menos a sensação de que o peso da vida está demasiado para mim”. Pe. Leonel Franca was the spiritual director of the Centro Dom Vital.

58 Jackson to Alceu, July 22–23, 1928, p. 1. “E’ dizer que nunca me sentí mas physicamente enterrado na vida, como quem se deixa afundar em areia movídiça, o que eu já experimentei de criança”.

59 Laing, R.D., The Divided Self (Middlesex, England: 1966), pp. 3945.Google Scholar Laing uses the word “ontology” in its empirical sense as the adverbial or adjectival derivative of “being”.

60 Jackson to Alceu, October 20–21,1927, p. 3. “Pois bem: eu lhe digo mais: o intellectual é em mim um homem de chumbo, ou de ferro, ou de aço, um homem que esmaga um verdadeiro homem. Nascí para aventuras de carne e osso, sobre a ossatura, sobre os tecidos vivos, sobre a carne, os nervos, os músculos do planeta. Nascí para conhecer por experiencia própria o que o mundo apresenta de bom e da mau. Nascí para morrer cedo, para caminhar muito. Foi a intelligência o que me reteve e alongou-me a existencia por essas estradas de scisma, de melancolía, de obrigações, de deveres. Foi ella quern creou em mim o sentimento desse homem transcendente em relação com os astros, que transborda do espaço e do tempo na inmobilidade, na sua prisão voluntária e consciente. Mas até a morte serei este palco de lucta conmigo mesmo. Urna consciência que se espanta, a cada hora, de ainda ter debaixo de si urna chimera. Não lhe servirá esta renovada confissão para os seus estudos sobre a loucura?”

61 Jackson to Alceu, March 6–7, 1928, p. 2. “Tudo o que me ama me aterrorisa hoje em dia. Porque? Não sei. Talvez porque com sinceridade me vejo como urna illusão a mais. E fico tão consumido ante a possibilidade, por mais remota, de urna desillusão final, que Você nem imagina, Alceu, como soffro e me debato com a idea de apagarme a tempo, de morrer já, de morrer antes de qualquer passo em falso, de morrer dentro da vida, sem entrar visívelmente nos dominios da morte.”

62 Jackson to Alceu, October 14–15, 1928. “E’ verdade que, desta vez, preciso com Jesus Christo veneer muitas, muitas cousas que se me afiguram terríveis, porque se prendem a minha propria situação no seio da Igreja.”

63 Lima, Alceu Amoroso, “Notas para a história do Centro Dom Vital—V”, A Ordem (February, 1958), p. 161.Google Scholar