Hostname: page-component-8448b6f56d-dnltx Total loading time: 0 Render date: 2024-04-25T05:24:12.726Z Has data issue: false hasContentIssue false

Shantytown Dwellers' Resistance in Brazil's First Republic (1890–1930): Fighting for the Right of the Poor to Reside in the City of Rio de Janeiro

Published online by Cambridge University Press:  01 August 2013

Romulo Costa Mattos*
Affiliation:
Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro

Abstract

This work analyzes evidence of the resistance of poor shantytown dwellers during Brazil's First Republic period (1889–1930), which corresponds to the emergence and consolidation of these favela settlements into the city of Rio de Janeiro. This text not only addresses the different forms of resistance practiced by shantytown residents during the attempts by the government to demolish their homes, but also pays special attention to the years between 1907 and 1927 when the people of Morro da Favela (currently Morro da Providência) ensured the permanence of their houses through street protests.

Type
Special Issue: Strikes and Social Conflicts
Copyright
Copyright © International Labor and Working-Class History, Inc. 2013 

Access options

Get access to the full version of this content by using one of the access options below. (Log in options will check for institutional or personal access. Content may require purchase if you do not have access.)

References

NOTES

1. O Globo, “Rio é a cidade com maior população de favelas do Brasil.” http://oglobo.globo.com/pais/rio-a-cidade-com-maior-populacao-em-favelas-do-brasil-3489272#ixzz23wGM7hla (acessado em 18 de agosto de 2012).

2. de Almeida Abreu, Mauricio, “Reconstruindo uma história esquecida: origem e expansão das favelas no Rio de Janeiro,” Espaço & Debates 37 (1994): 35Google Scholar.

3. For a broad view of the history of favelas or shantytowns in metropolitan Rio, see Brodwyn Fischer, A Poverty of Rights: Citizenship and Inequality in Twentieth-Century Rio de Janeiro (Stanford, CA., 2010). Fischer argues that many politicians and small-scale entrepreneurs profited from the creation of improvised housing settlements. Other works emphasize the range of social and ethnic groups that clustered in such neighborhoods. See, for example, Amy Chazkel, Laws of Chance: Brazil's Clandestine Lottery and the Making of Urban Public Life (Durham, NC., 2011).

4. Sevcenko, Nicolau, Literatura como missão (São Paulo, 1999), 51Google Scholar.

5. Chalhoub, Sidney, Cidade Febril (Rio de Janeiro, 1996)Google Scholar.

6. Nicolau Sevcenko, Literatura como missão, 52. Editor's note: The census of 1906 found that foreigners comprised 26 percent of the population of Rio de Janeiro, making 30 percent foreign in 1914 a reasonable guestimate. (Recenseamento de Rio de Janeiro (Distrito Federal) realisado em 20 de setembro de 1906 (Rio de Janeiro, 1907), 110; http://www.archive.org/stream/recenseamentodo01bragoog#page/n8/mode/2up (acessado em January 18, 2013).

7. de Carvalho, José Murilo, Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi (Rio de Janeiro, 1995), 77Google Scholar.

8. Nicolau Sevcenko, Literatura como missão, 30, 68.

9. Motta Silva, Marly, Rio, cidade-capital (Rio de Janeiro, 2004), 9Google Scholar.

10. de Carvalho, José Murilo, Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi (Rio de Janeiro, 1995), 45Google Scholar.

11. de Souza Neves, Margarida, “Os cenários da República. O Brasil na virada do século XIX para o século XX,” in O Brasil Republicano. O tempo do liberalismo excludente: da Proclamação da República à Revolução de 1930, eds. Ferreira, Jorge e de Almeida Neves Delgado, Lucilia (Rio de Janeiro, 2003), 18Google Scholar.

12. de Resende, Maria Efigênia Lage, “O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico,” in O Brasil Republicano. O tempo do liberalismo excludente: da Proclamação da República à Revolução de 1930, eds. Ferreira, Jorge e de Almeida Neves Delgado, Lucilia (Rio de Janeiro, 2003), 91Google Scholar, 104.

13. José Murilo de Carvalho, Os Bestializados, 66–90.

14. This was a conflict between the Brazilian Army and the members of a popular movement with a socio-religious background. It was led by Antônio Conselheiro in what was then the community of Canudos, in the countryside of Bahia state in Northeast Brazil.

15. Maria Efigênia Lage de Resende, “O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico,” 104, 119.

16. Bárbara Levy, Ver Maria, “República S.A.—A economia que derrubou o Império,” Revista Ciência Hoje 59 (1989)Google Scholar.

17. Mauricio de Almeida Abreu, “Reconstruindo uma história,” 41. A microárea do morro da Mangueira conhecida como morro de Santo Antonio foi abordada em: Soihet, Rachel, A subversão pelo riso: estudos sobre o carnaval carioca da Belle Époque ao tempo de Vargas (Rio de Janeiro, 1998), 134Google Scholar.

18. Vaz, Lilian Fessler, “Notas sobre o Cabeça de Porco,” Revista do Rio de Janeiro 2 (1986): 35Google Scholar. Editor's note: In general, tenements (cortiços) were deteriorating, heavily subdivided older buildings in inner-city slums, whereas favelas were shantytowns of self-built shacks, either on the periphery of the city or, in the cases discussed here, in central parts of the city where the terrain made conventional construction difficult. Morro de Favela's central location, however, made it vulnerable to urban removal.

19. Eneida Quadros Queiroz. “Justiça Sanitária—Cidadãos e Judiciário nas reformas urbana e sanitária—Rio de Janeiro (1904–1914)” (Dissertação de mestrado, Universidade Federal Fluminense, 2008), 16.

20. Correio da Manhã, “Ainda o morro de Santo Antonio. Desfazendo intrigas,” 18 de fevereiro de 1911.

21. Batalha, Claudio, “A difusão do marxismo e os socialistas brasileiros na virada do século XIX,” in História do marxismo no Brasil v. II, ed. de Moraes, João Quartim (Campinas, 1995)Google Scholar.

22. Correio da Manhã, “Ainda o morro de Santo Antonio.”

23. Correio da Manhã, “Pelos pobres!” 23 de janeiro de 1911.

24. A riot organized by poor sailors (with strong racial undertones), that occurred November 22–27, 1920, in Baía de Guanabara in Rio de Janeiro. On this occasion, close to 2,400 men rebelled against the application of physical punishment, ultimately threatening to bombard the city. The sailors also elaborated a list of demands aimed at improving salaries and working conditions. See do Nascimento, Álvaro Pereira, Cidadania, cor e disciplina na revolta dos marinheiros de 1910 (Rio de Janeiro, 2008)Google Scholar.

25. Correio da Manhã, “Pelos Pobres!”

26. Mauricio de Almeida Abreu, “Reconstruindo uma história esquecida,” 41.

27. Silva, Lúcia, Luzes e sombras na cidade: no rastro do Castelo e da Praça Onde 1920–1945 (Rio de Janeiro, 2006), 182–83Google Scholar.

28. This revolt, which had its origins in the rejection of the mandatory vaccination law against smallpox, resulted in nearly a week of violent confrontations between the population of Rio de Janeiro and the city's police forces. See de Miranda Pereira, Leonardo Affonso, Barricadas da Saúde (São Paulo, 2002)Google Scholar.

29. Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ). Códice 46-3-45, folha. 09.

30. Pechman, Robert, “O urbano fora do lugar? Transferências e traduções das ideias urbanísticas nos anos 20,” in Cidade, povo e nação, eds. de Queiroz Ribeiro, Luiz Cesar and Pechman, Robert (Rio de Janeiro, 1996), 358Google Scholar.

31. Stuckenbruck, Denise, O Rio de Janeiro em questão: o Plano Agache e o ideário reformista dos anos 1920 (Rio de Janeiro, 1996), 117–19Google Scholar.

32. Romulo Costa Mattos, “Pelos Pobres! As campanhas pela construção de habitações populares e o discurso sobre as favelas na Primeira República” (Tese de doutorado, Universidade Federal Fluminense, 2008), 249.

33. Mauricio de Almeida Abreu, “Reconstruindo uma historia esquecida,” 38.

34. de Queiroz Ribeiro, Luiz Cesar, Dos cortiços aos condomínios fechados. As formas de produção da moradia na cidade do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, 1997), 197–98Google Scholar.

35. O Globo, “Cidades tentáculos e cidades satélites,” 19 de julho de 1927.

36. Agache, Alfred, Cidade do Rio de Janeiro, extensão, remodelação, embelezamento (Paris, 1930), 22Google Scholar.

37. Ibid.

38. Ibid.

39. “Vernacular” architecture can be distinguished from “erudite” architecture by the fact that it does not contain any “artistic” aspect beyond common construction. As such, “architecture as an art begins where vernacular architecture ends,” as the builders of favela shanties generally had the single objective of sheltering their families. Jacques, Paola Berenstein, Estética da ginga. A arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2001), 11Google Scholar.

40. Sidney Chalhoub, Cidade Febril, 22.

41. Maria Cecília Velasco e Cruz, “Tradições negras na formação de um sindicato: Sociedade de Resistência dos Trabalhadores em Trapiche e Café, Rio de Janeiro, 1905–1930,” Afro-Ásia 24 (2000): 277Google Scholar.

42. Ver Sérgio Cabral, História das escolas de samba (Rio de Janeiro, n.d.).

43. O Malho, “Nunca mais!” 23 de julho de 1927.

44. Annibal Bomfim, “Descobrindo a Favela: habitações sórdidas descobrindo paisagens maravilhosas,” Para Todos, 24 de setembro de 1927.

45. Mattos, Romulo Costa, “Samba, habitação popular e resistência: uma reflexão sobre a Favela vai abaixo, de Sinhô,” in Livros Vermelhos; Literatura, trabalhadores e militância no Brasil, ed. Mattos, Marcelo Badaró (Rio de Janeiro, 2010), 3666Google Scholar.

46. Mattos, Romulo Costa, “Da valorização das favelas na década de 1920: uma reflexão sobre o samba Não quero saber mais dela, de Sinhô,” in História Cultural: ensaios sobre linguagens, identidades e práticas de poder, eds. de Souza Martins, William e Sanglard, Gisele Porto (Rio de Janeiro, 2010), 122–46Google Scholar.

47. Jornal do Brasil, “Saneamento dos morros,” 18 de abril de 1907.

48. O Malho, “Que tais, os da Favela?” 4 de maio de 1907.

49. Ibid.

50. Correio da Manhã, “No morro da Favela,” 1 de junho de 1907.

51. Ver Sérgio Perdigão, “Do cortiço à favela. História da construção da identidade da habitação popular na cidade do Rio de Janeiro (1900–1930),” (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, 1999).

52. Álvaro Pereira do Nascimento, Cidadania, cor e disciplina na revolta dos marinheiros de 1910, 97–98.

53. Correio da Manhã, “No Morro da Favela”.

54. Correio da Manhã, “Excitado pelo álcool, um mau homem espanca a companheira a pau e mata uma filhinha,” 9 de janeiro de 1914.

55. Correio da Manhã, “O Morro da Babilônia,” 2 de junho de 1907; Data citada em Mauricio de Almeida Abreu, “Reconstruindo uma história esquecida,” 38.

56. Correio da Manhã, “A Favela,” 4 de junho de 1907.

57. Ibid.

58. Ibid.

59. Correio da Manhã, “Morro da Favela. Mais 40 dias,” 11 de junho de 1907.

60. O Malho, “Crônica,” 15 de junho de 1907.

61. O Malho, “Engenharia humana,” 29 de junho de 1907.

62. A Gazeta de Notícias abordou o episódio na matéria intitulada, “Opiniões pessoais,” publicada no dia 1 de junho de 1907.

63. Careta, “O Rio Desconhecido—A Favela,” 4 de dezembro de 1909.

64. Backheuser, Everardo, “Onde moram os pobres,” Renascença 13 (1905)Google Scholar.

65. Coimbra, Cecilia, Operação Rio: o mito das classes perigosas: um estudo sobre a violência urbana, a mídia impressa e os discursos de segurança pública (Rio de Janeiro, 2001)Google Scholar.

66. It is possible that through the second half of 1907, certain residents (although few) had abandoned Morro da Favela, at least according to what is assumed by a cartoon published during the period. See Tribuna, “Preso por ter cão,” 18 de outubro de 1907.

67. Thompson, E. P., “Folklore, antropologia y historia social,” Entrepasados 2 (1992): 82Google Scholar.

68. They are Parque Colúmbia (Pavuna), Morro do Urubu (Pilares), Prazeres and Fogueteiro (Santa Teresa), São João Batista (Botafogo), Laboriaux (São Conrado), and Cantinho do Céu and Pantanal (Rio Comprido). With the exception of the first two, the favelas cited are in highly valuable regions of the city's real estate market.

69. Ibid.

70. Rio on Watch, “Resumo das remoções no Rio Olímpico.” http://rioonwatch.org.br/?p=3464 (acessado em 20/08/2012).

71. Theresa Williamson e Maurício Hora, “Em nome do futuro, o Rio está destruindo o passado,” The New York Times, 12 de agosto de 2012. http://www.nytimes.com/2012/08/13/opinion/em-nome-do-futuro-rio-esta-destruindo-o-passado.html (acessado em 20/08/2012).

72. Bourdieu, Pierre, Contrafogos: táticas para enfrentar a invasão neoliberal (Rio de Janeiro, 1998), 7879Google Scholar.